Festival Isnard Azevedo: Teatro da UFSC recebe ‘Habite-me’, espetáculo de formas animadas, dia 28/9, às 20h

24/09/2019 01:58

 

“Habite-me”. Foto de Paulo Balardim

O Teatro da UFSC recebe “Habite-me”, dia 28 de setembro, sábado, às 20 horas, gratuito e aberto à comunidade. Co-produção de Cia. do Brasil e do Canadá, o espetáculo de teatro de formas animadas, máscaras e dança, mescla corpo vivo e corpos inanimados que se habitam na busca de uma completude insólita e labiríntica. Trabalho solo da atriz Carolina Garcia, com direção de Paulo Balardim. 

A apresentação integra a Mostra Oficial do Floripa Teatro – 24º Festival Isnard Azevedo , realizado em parcerias com instituições e espaços “culturais da cidade. A apresentação na Universidade tem parceria com o Departamento Artístico Cultural (DAC)/SeCArte da UFSC.

Projeto com parceria internacional

O trabalho iniciou por meio de um programa-piloto de pesquisa e criação para atores-animadores profissionais do Québec (Canadá) e do Brasil, numa parceria entre Conseil des Arts de Montréal (CAM), Festival Casteliers e l’arrondissement d’Outremont em colaboração com o Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo (Morro Reuter/RS).

O projeto de Carolina Garcia, contemplado nesse programa-piloto, começou em Québec, em janeiro de 2017, ocasião em que a ele somaram-se as participações de Émilie Racine, artista plástica e marionetista, Laurence Castonguay, especialista em mimo corpóreo e professora da Université du Québec à Montréal (UQÀM), e Paulo Balardim, diretor e professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).

No decorrer de 2017, a pesquisa aprofundou-se, e, em janeiro de 2018, foi iniciada a construção do espetáculo, com nova parceria internacional que propiciou a vinda das artistas canadenses para o Brasil. Nessa altura, novos artistas foram incorporados ao processo: a pesquisa de objetos para a ação, do artista plástico Élcio Rossini (Porto Alegre/RS) contribuiu com a presença de infláveis que possibilitaram novos signos à cena; com músicas originais de Tuur Forizoone (Bruxelas/Bélgica) os figurinos de Cristina Lisot (Caxias do Sul/RS) colaboraram para a unidade do conjunto.

O espetáculo realizou residência no Festival de Máscaras do Cariri/Ceará, fazendo uma residência de sete dias unindo os profissionais do Brasil e do Canadá, com uma apresentação aberta ao público. Em 2019, em maio, realizou uma apresentação no Encontro PROVOCAÇÃO no CEART-UDESC/SC); em agosto, fez temporada do SESC Copacabana, no Rio de Janeiro.

“Habite-me”. Duas mortes. Foto de Marcelo Paes de Carvalho

Sinopse

Conduzido por um fio narrativo musical, a dramaturgia é dividida em três quadros, nos quais o texto emana dos movimentos da atriz. Os elementos de cena almejam estimular o espectador a sentir e encontrar sentidos na cadeia de personagens que surgem e se desfazem de um quadro a outro, intercalados por um espaço moldável pelo ar, por meio de infláveis, numa alusão à efemeridade do tempo que nos absorve e à inconstância da matéria.

No primeiro quadro, os enamorados, o relacionamento de um casal de idosos que encontram o valor duradouro do amor mesmo que tenham consciência da brevidade da vida. A solidão, o amor, a memória e a reflexão sobre o passado são tônicas da cena. No segundo, o eterno retorno, o ciclo que nos faz passar de um estado/condição a outro, a volatilidade do tempo e nossa perplexidade diante do inevitável. No terceiro quadro, o inocente, a liberdade, o sonho e a esperança que nos inspiram com o surgimento do novo, em contraponto com os medos e dúvidas que eles nos geram.

Realidade em transformação

O espetáculo opera num universo de imagens que oscilam entre a atriz marionetizada e o boneco animado num espaço disforme e maleável, como uma realidade em constante transformação. Habitar confunde-se com ser habitado. O receptáculo é o corpo humano, investido de máscaras e bonecos que, por meio das relações entre esses elementos com o espaço, com a luz e a música, percorre o tema da habitação e angaria um sentido onírico e metafísico, ao associar-se com a vida e com a morte bem como com a sensação de pertencimento que nos preenche quando encontramos sentido em algo que nos completa.

Depoimentos

“A beleza do espetáculo consiste na ruptura desta fina barreira entre móvel e imóvel, entre vivo e morto. A beleza de poder ver vida onde acreditamos que não deveria haver”. (Eduardo Nunes – cineasta)

“‘Habite-me’ nos oferece abrigo, em meio a esta tormenta que está aí, propalada aos quatros ventos, nos angustiando dia após dia.” (Sandro Mello – dramaturgo, diretor e ator)

“‘Habite-me’ é uma obra imagética, que através do abstrato que é palpável, nos dá a verdadeira dimensão de uma ética que tem que ser cultuada e colocada em prática, mesmo com a morte e a brevidade das coisas nos desafiando. É um espetáculo necessário! ”  (Francis Fachetti  – coreógrafo, bailarino e crítico)

“Carolina Garcia, em sua grandeza poética, usa a linguagem como meio de estabelecer no seu exercício a significação e a perversão da realidade. Vida para além da morte / morte para além da vida. Virtuose, construção física e espacial delicada e potente. uma joia”. (Ricardo Santos – diretor e ator)

Ficha Técnica:
Atuação e Pesquisa: Carolna Garica Marques
Direção e Dramaturgia: Paulo Balardim
Bonecos e Máscaras: Emilie Racine
Trilha Sonora Original: Tuur Florizoone
Cenografia: Elcio Rossini
Figurinos: Cris Lisot
Criação de Luz: Renato Machado
Preparação Corporal: Márcia Pinheiro e Laurence Castonguay
Ensaístas: Elaine Juteau, Laurence Castonguay e Wilson Neto
Operação de Luz: Luana Pasquimel – Rodrigo Oliveira e Hebert Said (standby)
Operação de Infláveis e Som: Wilson Neto – Antonio Maggionni  (standby)
Arte Gráfica: Jessica Barbosa
Cias. em Co-Produção: Cia 4 produções (Brasi) e Territoire 80 (Canadá)

Carolina Garcia (atuação e pesquisa) – Artista multidisciplinar, fundadora e gestora do Espaço de Residência Artística Vale Arvoredo. Coordena o Núcleo de Pesquisa em Formas Animadas/EAB e as atividades de intercâmbio e formação do Festival Cena Brasil Internacional. Educadora somática Feldenkrais na Faculdade Angel Vianna. Pós-graduada em Economia da Cultura UFRGS/RS e graduada em licenciatura em Artes Cênicas DAD/UFRGS.

Paulo Balardim (direção e dramaturgia) – Professor adjunto na área de Prática Teatral – Teatro de Animação e do Programa de Pós-graduação da Universidade do Estado de Santa Catarina. Doutor em Artes Cênicas (PPGT/UDESC), Mestre em Artes Cênicas (PPGAC/UFRGS), licenciado em Letras – Língua Portuguesa e Literatura Brasileira (ULBRA). Diretor, ator e cenógrafo da companhia teatral Caixa do Elefante Teatro de Bonecos (1991-2016). Foi Presidente da Associação Gaúcha de Teatro de Bonecos (2002 e 2003).

Serviço:

O quê: Apresentação do espetáculo de formas animadas “Habite-me”, com a atriz Carolina Garcia, na Mostra Oficial do Floripa Teatro.
Quando: dia 28 de setembro de 2019, sábado, às 20 horas.
Onde: Teatro da UFSC (ao lado da Igrejinha), Praça Santos Dumont / Rua Desembargador Vítor Lima, 117, Trindade, Florianópolis (SC).
Quanto: Entrada franca, por ondem de chegada. Os ingressos são gratuitos e serão distribuídos uma hora antes do início da sessão. (Capacidade do Teatro: 108 pessoas)
Gênero: teatro de máscaras, bonecos e dança / Duração: 45min / Classificação Indicativa: a partir de 14 anos
Contato: Departamento Artístico Cultural: telefones (48) 3721-6493, 3721-9447 e 3721–2498 — www.dac.ufsc.br

Carolina Garcia Marques: Skype: carolina.garcia.marques / www.valearvoredo.com.br

Teaser de “Habite-me”:
https://www.youtube.com/watch?v=diubaCplSPE&feature=youtu.be

Mais sobre o Festival em www.floripateatro.com.br

[CW] DAC/SeCArte/UFSC, com textos e fotos da produção do espetáculo

 

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18/09/2019 16:46

FLORIPA TEATRO – Espetáculo da Colômbia abre sessões do Festival Isnard Azevedo no Teatro da UFSC, dia 17/9. Clic na imagem e saiba mais.

18/09/2019 16:44

(Apresentação Cancelada) ‘Projeto Carolino’ volta ao palco do Projeto 12:30, dia 18/9. Gratuito e aberto à comunidade. Clic na imagem e saiba mais.

Espetáculo “Alguém Sabe Quem é Quem?” na programação do Festival Isnard Azevedo, no Teatro da UFSC, 22 e 23/9

18/09/2019 16:30

 

Cena da montagem. Foto: Carmen Fossari

O Teatro da UFSC recebe a peça “Alguém Sabe Quem é Quem?”, espetáculo do Grupo Pesquisa Teatro Novo da UFSC, nos dias 22 e 23 de setembro, domingo e segunda-feira, na Sessão Maldita, às 24 horas. O premiado texto de Sérgio Meurer aborda uma temática importante da sociedade: os refugiados/imigrantes no país. Os ingressos são gratuitos e serão distribuídos uma hora antes do início da sessão.

A apresentação integra a programação do Floripa Teatro – 24º Festival Isnard Azevedo  – mostra de diversidade teatral que contempla apresentações teatrais de espetáculos de teatro infantil, teatro infanto-juvenil, teatro adulto, teatro de rua e circo-teatro dos mais variados gêneros e formatos, em parcerias com instituições e espaços culturais da cidade. O evento acontece de 8 a 29 de setembro de 2019 na Capital. A apresentação na Universidade tem parceria com o Departamento Artístico Cultural (DAC)/SeCArte da UFSC.

Sinopse

O espetáculo apresenta uma reflexão sobre refugiados e imigrantes na contemporaneidade pontuando encontros e semelhanças naquilo que parece estranho, evitando rótulos rasos sobre qualquer pessoa. O aposentado Geraldo é um imigrante que se mudou para o Brasil ainda criança, quando sua família fugiu da guerra. Gérard é um refugiado, vítima das catástrofes que assolaram o Haiti, que trabalha no Edifício onde mora Geraldo. A rejeição dos moradores do edifício com o trabalhador estrangeiro e a presença de outros núcleos migratórios pontuam a peça.

Por que encenamos esse texto? — segundo a diretora Carmen Fossari

“Porque se não soubermos pelo coração quem é quem, estamos construindo um país do não, do ódio, da intolerância, segregacionista. Queremos, pelo viés humano, um Brasil tolerante, amoroso! Que a arte cumpra sua urgente função social nos difíceis dias que vivemos.

A produção do espetáculo

Logo que a diretora leu o texto, teve o primeiro intuito de trabalhar com um imigrante haitiano, pois é muito atenta a esse núcleo e, por alguns meses, o Grupo contou com a presença do amigo Mackendy Emmanuel, com a esperança de que ele se interessasse em subir ao palco como ator, mas não era a vocação dele. Dessa convivência, o Grupo pode saber a visão dele em relação ao texto, discorrer sobre a cultura haitiana, e também fez perceber da alegria que a espiritualidade imprime à cultura haitiana. A peça reúne dois grandes atores, que já haviam protagonizado montagens anteriores do Grupo Pesquisa Teatro Novo, a saber: Adriano de Brito, que interpretou Cruz e Sousa na peça Vozes Veladas, e Marcos Willerding, que interpretou Pai Ubu, na peça Ubu Rei.

Linguagens e recursos usados na encenação

Das inúmeras montagens do Grupo Pesquisa Teatro Novo está certamente foi a que encontrou muitas dificuldades, coincidindo com um processo que as universidades têm sofrido. Um momento difícil num país que apregoa que a Ciência não é mais relevante, que o saber pode ser dispensado dentre outros temas medievais que saem da escuridão e pulam dentro das redes como fachos de fogueiras para queimar bruxas e bruxos…

Tais dificuldades coincidem com esse universo difícil que vivem os refugiados e imigrantes. Essa montagem acontece porque contou com a energia e a generosidade de todos os artistas envolvidos. A arte imita a vida, ou a vida imita a arte? Diante deste cenário, um desafio: buscar na arte linguagens para um tratamento estético capaz de traduzirem esse universo tão humano e desumano concomitantemente. Quando a criança refugiada síria AylanKurdi, de três anos de idade, morreu afogado em Bodrun, na Turquia, a fotografia comoveu o mundo, e muitos artistas veicularam via internet ilustrações de suas releituras dessa imagem que virou comoção mundial — não foi nem a primeira nem a última. Algumas daquelas ilustrações foram texturizadas e inseridas na peça. O cineasta Zeca Pires gravou uma cena externa no Mercado Público de Florianópolis com o ator Adriano de Brito que é inserida no espetáculo, provocando um diálogo entre teatro e cinema, muito instigante. O músico e compositor Caco Andara criou uma música a partir do tema dos refugiados e que se transformou em tema da peça: um violão cujas cordas se transformam em lágrimas e esperança. Uma gravura do álbum “Florianópolis de Ontem”, de Domingos Fossari, foi inserida como elemento cenográfico para a ambientação histórica.

Como é característica do Grupo Pesquisa Teatro Novo, o público sempre é surpreendido com encenações marcantes, com uma estética que prima pelo diálogo entre a palavra e a forma posta em cena. Essa montagem segue esse caminho, e para tanto recorre a interpretações magistrais de um excelente elenco, recursos de pantomima, cenário interativo, audiovisual, uma trilha sonora original e também de pesquisa de um som incidental. Os ambientes se mesclam com imagens projetadas que muitas vezes se tornam o próprio cenário. Por se tratar de um tema humano denso, a preocupação da direção foi trazer o texto de forma onírica, trazendo a denúncia sem se afastar da linguagem estéticaque a arte também evoca!

Elenco:
Adriano de Brito
Marcos Willerding
Beth Nogueira
Marlete Duarte
Arthur Folkovski
Muriel Martins
Pedro Seolin
Maurício Leão

Ficha Técnica:
Cenografia: Marcos Carioni
Cena filmada: Zeca Pires
Montagem de Luz: Luciano Bueno de Oliveira
Música Original Violão: Caco Andara
Pesquisa: Grupo Pesquisa Teatro Novo (GPTN) da UFSC
Colaborador (cultura haitiana): Mackendy Emmanuel
Figurino: Acervo GPTN
Apoio no Figurino: Marlete
Maquiagem: Grupo Pesquisa Teatro Novo
Operador de Som: Márcio Tessmann
Desenho de Luz, Trilha Sonora e Texturização das Imagens: Calu
Apoio de bastidores: Eugenia Reksua e Cristhofer Laurindo
Fotos: Carmen Fossari
Agradecimentos: Departamento Artístico Cultural e Secretaria de Cultura e Arte da UFSC

Festival Isnard Azevedo 2019

O Floripa Teatro – Festival Isnard Azevedo é uma realização da Prefeitura de Florianópolis, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Juventude, Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes, e Ministério da Cidadania – Governo Federal. Patrocínio: Engie. Apoio: CEART/UDESC, SESC/SC, Fundação Catarinense de Cultura, Governo do Estado de Santa Catarina. O evento acontece de 8 a 29 de setembro de 2019 na Capital.

Serviço:

O quê: Apresentação do espetáculo “Alguém Sabe Quem é Quem?”, do Grupo Pesquisa Teatro Novo da UFSC, na programação do Floripa Teatro.
Quando: dias 22 e 23 de setembro de 2019, domingo e segunda-feira, na Sessão Maldita, às 24 horas.
Onde: Teatro da UFSC (ao lado da Igrejinha), Praça Santos Dumont / Rua Desembargador Vítor Lima, 117, Trindade, Florianópolis (SC).
Quanto: Entrada franca, por ondem de chegada. Os ingressos são gratuitos e serão distribuídos uma hora antes do início da sessão. (Capacidade do Teatro: 108 pessoas)
Gênero: Drama – Duração: 60 minutos – Classificação: 16 anos
Contato: Departamento Artístico Cultural: telefones (48) 3721-6493, 3721-9447 e 3721–2498 — www.dac.ufsc.br

Mais sobre o Festival em www.floripateatro.com.br

Matheus Bonfim / Estagiário de Jornalismo / DAC/SeCArte/UFSC, com texto da direção do espetáculo

 

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13/09/2019 01:04

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