John Cage na Feira de Livros da EdUFSC e na Igrejinha

03/10/2012 14:16

Depois do relançamento de “O detetive de Florianópolis” de Jair Francisco Hamms, prestigiado pela presença da viúva Lúcia Rupp, a Feira de Livros da Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) encerra no dia 3 de outubro, quarta-feira, a partir das 16h30min,  a primeira etapa da edição deste ano com o lançamento do livro Cage e a poética do silêncio (Letras Contemporâneas) de Alberto Heller.

A segunda parte da feira acontecerá no período de21 a24 de novembro, reforçando a 11ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepex), que socializa a ciência, o conhecimento e a cultura produzidas pela universidade. “A participação da Editora na Sepex é fundamental”, argumenta o chefe do Gabinete, Carlos Vieira.

Além de Heller, confirmaram presença, na tenda montada em frente à Reitoria, Grace Torres e Lilian Nakahodo, que autografarão o CD “Preparado em Curitiba: Sonatos e Interlúdios para Piano Preparado”, gravado em comemoração ao centenário do compositor, poeta, escritor e teórico musical norte-americano John Cage. Após o lançamento do livro e do CD haverá um concerto de piano preparado na Igrejinha da UFSC, às 19 horas, com Torres e Nakahodo. A entrada é franca.

Organizada anualmente pela EdUFSC no Campus da Trindade, em Florianópolis, a feira oferece aos leitores da Comunidade Universitária e ao público em geral obras com descontos de50 a70%. A promoção contempla todos os títulos editados ao longa de 32 anos de atuação da editora universitária, incluindo os lançamentos e reedições.

O livro de Alberto Heller, que será lançado nesta quarta-feira, trata da vida e obra de um dos maiores experimentadores e inventivos compositores do mundo. John Cage, com a sua música aleatória, foi um vanguardista que influenciou a vida artística do século XX. Dos seus experimentos, um dos mais conhecidos é uma peça para piano intitulada 4’33 (quatro minutos e 33 segundos), composta basicamente por pausas. “Não é uma música composta apenas de silêncio, mas formada pelos seus ambientes dentro do teatro”, explicou o próprio Cage. Ou seja, em síntese, resumia-se a ritmo.

Grace Torres e Lilian Nakahodo, que lançarão o CD em homenagem a Cage, explicam que gravaram “Sonatas e Interlúdios” porque esta obra, escrita no imediato pós-guerra mundial, é um marco na trajetória do compositor e uma das obras mais representativas do repertório de concerto”. Talvez seja, acrescenta Grace em entrevista ao diretor da EdUFSC, Sérgio Medeiros, a composição que “mais revolucionou o próprio conceito de composição para piano na música do século XX”.

Segundo Grace Torres, John Cage criou a preparação do piano segundo critérios sonoros bem definidos. “Produziu até uma espécie de bula de preparação”, lembrou. É um processo cheio de detalhes que exige atenção contínua. “Após a preparação, precisamos experimentar o piano tocando algumas peças para avaliar a sonoridade obtida”.

A obra de John Cage já foi apresentada em várias cidades do Brasil. Grace Torres e Lilian Nakahodo ficaram impressionados com o desconhecimento do público e dos artistas em relação à importância da obra do compositor. Mas se dizem felizes pela repercussão. “As pessoas têm gostado demais. Após o concerto, muitas pessoas vêm falar conosco no palco, perguntam muitas coisas, chegam perto do piano, compram o CD para ouvir em casa”. Estão felizes com o “Projeto John Cage – Preparado em Curitiba” que vem popularizando a obra do revolucionário compositor no Brasil.

A EdUFSC está relançando o clássico da literatura sulista Contos gauchescos, de Simões Lopes Neto, organizado por Cláudio Cruz. A reedição marca o centenário da primeira edição, em1912. Aeditora também está homenageando a cultura açoriana. Com apresentação e prefácio do museólogo Gelci José Coelho (o Peninha), a EdUFSC publica, num volume único, O fantástico da Ilha de Santa Catarina, de Franklin Cascaes. As duas obras integram a coleção Repertório da EdUFSC, dirigida à divulgação de clássicos de arte e do pensamento.

Além disso, o diretor Sérgio Medeiros anuncia a tradução de mais um clássico da literatura universal: Pensar em não ver: escritos sobre a arte do visível, de Jacques Derrida. Será a primeira edição mundial desse livro póstumo de um dos principais filósofos franceses de todos os tempos. A iniciativa reforça a política da EdUFSC de publicar “livros para ler o mundo”, sem abandonar  ou desmerecer as demais coleções que abarcam a literatura local, regional e nacional, bem como a produção científica, tecnológica, cultural e cunho didático.

 

Mais informações e contatos:

Sérgio Medeiros e Fernando Wolff

(48) – 3721-9605, 3721-9408 , 3721-9686  e  3721-8507

e-mails: e

 

Por Moacir Loth/jornalista na Agecom

[ Publicado em 02/10/2012 às 17:55, em www.ufsc.br ]